







Dossiê "O Racismo e a Intolerância Religiosa: As sequelas de invasões (neo)pentecostais nos Corpos Territórios das Mulheres Kaiowá e Guarani/MS
Hoje 29 de Junho/23, a Kuñangue Aty Guasu - Grande Assembleia Das Mulheres Kaiowá e Guarani lança o Dossiê "O Racismo e a Intolerância Religiosa: As sequelas de invasões (neo)pentecostais nos Corpos Territórios das Mulheres Kaiowá e Guarani/MS". Aqui deixamos em público as violações que acontecem contra o sagrado Kaiowá e Guarani através de nossas escritas.
Esse é o dossiê coletivo da Kuñangue Aty Guasu, com narrativas sobre o que compreendemos sobre a Intolerância Religiosa e o Racismo Religioso assim identificadas pelos não indígenas. Esse material tecido coletivamente é parte do mapa da violência escrito pelas mulheres Kaiowá e Guarani defensoras de direitos humanos do Conselho da Kuñangue Aty Guasu (Grande Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani/MS).
As nossas vozes precisam/necessitam de uma resposta e um reconhecimento diante do judiciário não indígena. É urgente a proteção, o fortalecimento e a valorização das anciãs Nhandesys, parteiras, Jarys, mulheres indígenas Kaiowá e Guarani defensoras de direitos humanos, frente aos projetos de extermínios anti-indígenas que o estado vem executando contra os nossos corpos, contra o nosso modo de ser Guarani e Kaiowá.
O relatório é tecido em parceria com a ONU Mulheres, o Observatório da kuñangue Aty Guasu (OKA), o Instituto da Arte e Cultura (IDAC), o UCL MALL, e a nossa base nacional, a ANMIGA,, Articulação Nacional Das Mulheres Indígenas Guerreiras Da Ancestralidade.
Nossos agradecimentos a todas as comunidades Kaiowá e Guarani que nos receberam em seus territórios e contribuíram para a construção deste dossiê, e também a todas as parcerias que seguem apoiando e acreditando em nossa luta.
Nos ajudem a ecoar esse material de luta das Mulheres Kaiowá e Guarani, nos ajudem a ecoar as violações aos nossos corpos.
Baixe o relatório aqui e compartilhe:https://drive.google.com/drive/folders/1O7tLDZBGznFIJjkEKQmNoqPC7VWACF0V?usp=sharing
DENÚNCIA: Criança Guarani Kaiowá em estado de desnutrição vem a óbito em Dourados/MS

Fomos informadas que a criança foi enterrada às margens da rodovia, é parentela de dona Damiana, que segue acampada à beira do asfalto, ela e sua comunidade foram despejados da Retomada de Apyka'i em 2016. Damiana já teve mais de 09 pessoas de sua família morta ao longo dos últimos anos, ela aguarda pela demarcação de seu território, que está de posse da Usina São Fernando sendo utilizado pela monocultura de MS. A área faz parte do território denominado Dourados Peguá e a comunidade luta de maneira incansável pela demarcação das terras nativas APYKA'I.
A Funai, nos últimos anos, suspendeu os trabalhos do grupo técnico criado para proceder aos estudos de identificação e delimitação da área e a família de Damiana em busca de comida migrava e perambulava pela cidade de Dourados por anos e anos, e hoje recebemos a notícia de mais uma criança da família dela, que veio a óbito de fome e em estado de desnutrição. A maior população indigena do estado de MS está em Dourados, e seguem diante de uma condição muito precária e omissa de políticas públicas que atendam as famílias Guarani e Kaiowá em áreas não demarcadas e homologadas. A Kuñanue Aty Guasu solicitou informações ao conselho tutelar que até o momento nos informou que desconhece a situação e vai averiguar os fatos.
SOLICITAMOS AOS ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS (SESAI, FUNAI, MPF, DPU, Conselho Tutelar, Secretaria municipal de saúde, secretaria municipal de assistência social, Defensoria Pública Estadual, Conselho estadual de direitos humanos, dentre outros) QUE APUREM A SITUAÇÃO COM URGÊNCIA!
Direitos das Mulheres - Bibliografia, Legislação e Jurisprudência

Supremo Tribunal Federal (STF) elaborou a Bibliografia, Legislação e Jurisprudência Temática sobre o tema “direitos das mulheres”.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU convoca a comunidade internacional a “eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas”1. Outra meta é “reduzir significativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade”2.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) do ano de 20213 apontam que uma em cada três mulheres em todo o mundo – cerca de 736 milhões de mulheres – foi submetida a violência física ou sexual pelo menos uma vez na vida. Vale lembrar que violência contra a mulher não é apenas a física, mas também aquela que causa danos ou sofrimentos psicológicos. A isso se acresce que a falta de representatividade feminina nos espaços públicos permanece como uma barreira estrutural para que as mulheres influenciem as decisões que pautam os rumos da sociedade. Essa disparidade se estende para uma miríade de carreiras profissionais, nas quais a participação feminina está longe do ideal da igualdade. A luta contra a discriminação de gênero não é projeto realizado, mas em construção.
Os pedidos de acesso à íntegra dos documentos da Bibliografia e demais solicitações de pesquisa doutrinária e de jurisprudência, nacional e internacional, podem ser apresentados no seguinte endereço eletrônico: sae@stf.jus.br.
8M - NUNCA MAIS UM BRASIL SEM NÓS MULHERES INDÍGENAS




A Kuñangue Aty Guasu, a maior Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani/MS disponibiliza aqui o I álbum fotográfico virtual: NUNCA MAIS UM BRASIL SEM NÓS MULHERES INDÍGENAS.
Hoje é um dia simbólico para todas nós que lutamos para existir há 523 anos, desde a invasão de nossos territórios. Esse álbum online conta a nossa história através da fotografia. O material não possui legenda, pois muitos registros foram em momentos difíceis, onde as legendas são de dores, mas também de resistência cotidiana pela sobrevivência no estado de MS, que liderou o índice de feminicídio do país em 2022. E que segue com o projeto da morte contra a segunda maior população indígena do país: o contínuo genocidio, epistemicídio e ecocídio, heranças coloniais que seguem marcando nosso corpo território de diversas formas.
Todo material faz parte dos registros de campo das conselheiras da Kuñangue Aty Guasu e da equipe de comunicação Kaiowá e Guarani, do arquivo extenso da Kuñangue Aty Guasu.
O álbum online NUNCA MAIS UM BRASIL SEM NÓS MULHERES INDÍGENAS, é uma homenagem às Nhandesys, mulheres, meninas, jovens, mães e avós do Povo Kaiowá e Guarani/MS.

2023 | Omissão do estado Brasileiro e os assassinatos de vidas Kaiowá e Guarani em Mato Grosso Do Sul
A Kuñangue Aty Guasu, a maior Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani do estado de Mato Grosso Do Sul, encaminha documento oficial ao presidente Luiz Inácio Lula Da Silva, a Ministra Indígena Sônia Guajajara, a presidenta da FUNAI Joênia Wapichana, a Ministra da mulher Cida Gonçalves, a Ministra de Igualdade Racial Anielle Franco e ao Ministro de Direitos Humanos Silvio Almeida. Um pedido de socorro das mulheres indígenas do Povo Kaiowá e Guarani/MS, localizadas no centro oeste do Brasil, umas das regiões mais perigosa para mulheres indígenas viver no país.
Kuñangue Aty Guasu encaminha carta aberta ao secretário de saúde Indígena Weibe Tapeba

A Kuñangue Aty Guasu, a maior assembleia das mulheres Kaiowá e Guarani do estado de Mato Grosso Do Sul lança carta aberta à Ministra da Saúde Nísia Trindade, ao secretário geral da SESAI Weibe Tapeba e ao DSEI/MS. Considerando que somos a maior população indigena do estado, somados em 70%, viemos solicitar a importância da paridade de gêneros Kaiowá e Guarani nas gestões da saúde indígena, temos mulheres profissionais para atuar em territórios indígenas e nas gestões de polo base e DSEI, porém, os cargos que são oferecidos são sempre os de secretaria, terceirizados, etc.
E também aqui deixamos bem esclarecido que o maior DSEI do país seja comandado por um representante com capacidade profissional de nosso povo, o povo Kaiowa e Guarani, o maior do estado. Desejamos ser consultadas sobre todas as decisões respeitando e validando a Consulta Prévia garantida na Convenção 169 sobre Povos Indígenas e Tribais, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que é lei no Brasil desde 2004 ( Decreto Presidencial nº 5051 ).
Att, Kuñangue Aty Guasu, Grande Assembleia Das Mulheres Kaiowá e Guarani/MS
Acessem o documento aqui
relatório final da x assembleia da kuñangue aty guasu


carta aberta da Kuñangue Aty Guasu para o presidente eleito luiz inácio lula da silva

Nós mulheres Kaiowá e Guarani reunidas na X Assembleia da Kuñangue Aty Guasu no território de Nhanderu Marangatu Cedro, município de Antonio Joao/MS, viemos por meio desta encaminhar a nossa voz traduzida neste documento para o presidente eleito Luiz Inacio Lula Da Silva e sua equipe.
Corpos silenciados, vozes presentes: A violência no olhar das mulheres kaiowá e guarani: módulo iii

Durante a X Assembleia da Kuñangue Aty Guasu no território de Nhanderu Marangatu Cedro, município de Antonio Joao/MS, a Kuñangue Aty Guasu realizou o lançamento do III Módulo do relatório "Corpos Silenciados, Vozes presentes: a violencia no olhar das mulheres kaiowá e guarani".





As a response to so many persecutions, demonizations and violence against rezadeiras, we came here to seek your support, help us to denounce! 17 houses of prayer were set on fire, and most of the acts of religious intolerance committed against the Nhandesys and against traditional spaces, come from hate speech by Pentecostal churches. God is love.
The question is: do you believe that the lives of Kaiowá and Guarani women matter? If yes, is this the world we live in right now? If not, what will we do to fill that gap?
Come with us! Kuñangue Aty Guasu continues to build materials with data on violence committed against Kaiowá and Guarani Women, access our reports! Read the new report on Religious Intolerance, Religious Racism and House of Prayer Burned in Kaiowá and Guarani Communities
January 24, 2022, at 6 pm in Mato Grosso do Sul (7 pm in Brasília), to Kuñangue Aty Guasu will launch the Kuñangue Aty Guasu Observatory - OKA -, the legal, anthropological, reception and psychosocial care network, social assistance, ancestral ecologies, the environment, communication and art and, finally, social movements, popular organizations, collectives and popular education.
Connect with us! Join OKA and Kuñangue Aty Guasu in the fight for life!
Atyma porã, thanks
What is OKA?
It is a legal, anthropological, reception and psychosocial care network, social assistance, ancestral ecologies, environment, communication and art and, finally, social movements, popular organizations, collectives and popular education, to assist Kaiowa and Guarani women victims of violence. .

Who is Kuñangue Aty Guasu?
The Kuñangue Aty Guasu is the Great Assembly of Guarani and Kaiowá indigenous women, based in Mato Grosso Do Sul, Brazil. It was founded in 2006 when indigenous women decided collectively that they would be their own spokespersons and create their own space for political discussion and decision-making. This historic event began in the sacred territory Nãnderu Marangatu, Municipality of Antônio João-MS. Other editions were held in 2012, 2013, 2014, 2017, 2018, 2019 and 2020.
Guarani and Kaiowá women meet to debate agendas that are part of their daily lives such as the demarcation of traditional territories, citizenship, social rights, public security, and social participation. Specific topics such as violence experienced by Guarani and Kaiowá women, food sovereignty, and the right to consume food without pesticides, and the impacts of monoculture around Guarani and Kaiowá land, racism and prejudice, religious intolerance, the rights of children and adolescents, the rights of elders, protection and restoration of the environment, climate change, and the Guarani and Kaiowá political struggle.
It is an assembly organized by women, where representatives of various communities have a voice, and a space for participation and decision-making. The Nhandesys (female shamans) and Nhanderus (male shamans) are present at the meeting, along with young people, social movements, activists, and international and national press, universities, researchers, and other supporters. Regional, state, and federal authorities linked to indigenous concerns, as well as indigenous organizations, are also present in the plenary, to listen to the needs of the Kuñangue Aty Guasu and the women who compose it.
The Kuñangue Aty Guasu provides a space for the protagonism of indigenous women and the discussion of topics of high relevance for indigenous communities. In previous editions the audience has ranged from 400 to 600 people, where Kaiowá and Guarani women, representatives of all Tekohás (traditional territories), gather together to engage in dialogue and discussion of women's rights.